domingo, 27 de novembro de 2016

Revistamo-nos das armas da luz...







“Sabeis em que tempo vivemos: já é hora de acordardes do sono, pois a salvação está agora mais perto de nós do que quando começámos a acreditar. A noite adiantou-se e o dia está próximo. Despojemo-nos, por isso, das obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz. “ (Carta de São Paulo aos Romanos 13,11-12)

Para os cristãos católicos, hoje é o primeiro domingo do advento. Advento vem do latim “adventus,” que significa chegada, vinda.

Serão quatro semanas de advento em que ansiamos pelo Natal, em que a luz de Cristo iluminará todos os corações.

Por vezes, lembramos do Natal como mais uma festa… Para nós cristãos católicos, a essência do Natal é muito mais profunda.

Hoje faz um mês que meu irmão faleceu. A perda de um ente querido na proximidade de uma festa tão linda como o Natal fez-me perder, por alguns instantes, a esperança e a vontade de festejar o Natal.

Porém, quando ouvi a leitura da Carta aos Romanos feita na missa de hoje, percebi que ela vem ao encontro desta dor pela qual passo …



Então São Paulo oferece-me uma esperança: “A noite adiantou-se e o dia está próximo.”

Apesar da noite que me cobre com suas dores do dia a dia, doenças, perdas, luto…, o dia está próximo.  Pois, como ainda diz São Paulo, bem sabemos “em que tempo vivemos”. Por isso ele me adverte: “já é hora de acordardes do sono.”

Já é hora de acordar, mas este acordar é por causa do Natal em que acredito.  Para mim, como católica, o Natal não pode e não deve ser apenas uma festa com prendas e comezainas.

O Natal em que acredito é o Natal de Jesus. Este é a esperança viva na ressurreição que venceu a morte. Jesus é a invencível luz que venceu as trevas.

Então como poderei fazer do Natal, esta luz que iluminará as trevas do meu coração enlutado?

Esta é uma oportunidade que Deus me oferece para purificar a forma como eu tenho festejado o Natal nos anos anteriores….

Já é tempo de viver e celebrar o Natal, simplesmente e apenas o Natal na sua essência mais pura: Jesus.

Ainda mais neste tempo de dor, o meu coração enlutado necessita da luz de Cristo. Ah, como deve o meu coração ansiar pelo Natal para que as trevas do luto e da dor sejam transformadas pela luz de Cristo.

É esta esperança que me deve mover nos quatro domingos do advento que me separam da celebração do Natal.

Serão quatro semanas em que irei me revestir com as armas da luz como referiu São Paulo: ”… revistamo-nos das armas da luz.”

 Este revestir vem no seguimento de algumas ações concretas que tenho primeiramente de fazer e que também são ditas por São Paulo no mesmo texto.

A primeira ação concreta é “já é hora de acordardes do sono, pois a salvação está agora mais perto de nós do que quando começámos a acreditar”.

Devo acordar do sono em que o Natal foi imerso pelo comércio e pelos media, tornando-se em mais uma festa desprovida da memória do que o é ou que deveria ser para os cristãos.



Afinal, se o Natal é a comemoração do nascimento de Jesus, qual festa de aniversário seria a melhor indicada para oferecer a este inesquecível e divino aniversariante?

A segunda ordem de São Paulo é: “Despojemo-nos, por isso, das obras das trevas.”

O que são as obras das trevas?

Aqui tenho de me focar exatamente naquelas obras das trevas que envolvem os meus pensamentos e ações no dia a dia.

Pois é urgente que me revista das armas da luz.

Parece fácil, mas afinal que tipo de armas de luz são estas?

Acredito que o meditar da Palavra de Deus nestes quatro domingos que me separam da celebração do Natal irá me ajudar a revestir-me das armas da luz necessárias para celebrar o Natal como memória do nascimento de Jesus.

A luz é Cristo e esta luz está próxima.

Deixemos para trás o que não é luz. Despojemo-nos do que efetivamente não é importante.

Antes de fazer presépios, montar a árvore de Natal, ou colocar qualquer outro sinal do Natal, resolvi primeiro esvaziar aquele pequeno espaço que escolhi na minha casa para colocar a coroa do advento e o presépio.



Resolvi retirar todas as coisas que estavam ali.

Fiz isto como um gesto simbólico de que devo despojar-me de tudo que me afasta do Natal de Jesus para que assim possa celebrar a sua festa como Ele realmente deseja.