terça-feira, 20 de setembro de 2016


“Naquele tempo, disse Jesus à multidão: Ninguém acende uma lâmpada para a cobrir com uma vasilha ou a colocar debaixo da cama, mas coloca-a num candelabro, para que os que entram vejam a luz. Não há nada oculto que não se torne manifesto, nem secreto que não seja conhecido à luz do dia. Portanto, tende cuidado com a maneira como ouvis. Pois àquele que tem, dar-se-á; mas àquele que não tem, até o que julga ter lhe será tirado”.(Evangelho segundo São Lucas 8,16-18).

Ao ler estas palavras bíblicas, Jesus convida-me a olhar para os meus talentos e para as minhas habilidades e dons, aos quais Ele denomina serem como lâmpadas…

Para que servem as lâmpadas?

Sem luz, as lâmpadas não servem para nada…

Por isso, mesmo que tenha os mais altos talentos do mundo, as melhores faculdades e as mais perfeitas habilidades, tudo isto é inútil senão estiverem acesas…

E como posso acender isto tudo que tenho dentro de mim???

Como acender estas lâmpadas perante tantos obstáculos humanos e físicos e até mesmo espirituais que me rodeiam?
Por vezes, acender as minhas lâmpadas não é assim tão simples…

No dia a dia, o mundo convida-me a optar por apagar algumas das minhas lâmpadas por causa daquelas que são mais rentáveis aos olhos do mundo…

Os interesses sociais que me cercam, as necessidades urgentes que me amarram e as cadeias do medo podem-me cercar de tal modo que acabo por esconder as minhas lâmpadas nos lugares mais escuros do meu ser, para que sobreviva neste mundo indiferente ao meu valor humano único e insubstituível.

Porém, Jesus convida-me a colocar a minha lâmpada no candelabro…

É um ato de coragem, acender a minha lâmpada dos dons de Deus no mais alto candelabro que possa conseguir…

O candelabro está no mais alto teto da casa das minhas reais possibilidades e oportunidades…

 Quem entrar na minha casa irá ver logo o candelabro e a lâmpada…

Este candelabro poderá ser as minhas ações pois estas são visíveis ao mundo exterior.

 Nos meus gestos do dia a dia posso optar por transbordar a luz das minhas lâmpadas ou não…

Os gestos são feitos de opções…

Optar pelo bem ou pelo mal… Optar pelo honesto ou desonesto… Optar pelo certo ou pelo errado…

Não existe relativismo quando falamos de luz e trevas…

Ou escolho acender a minha lâmpada ou decido apaga-la…

Não posso escolher um meio termo quando se trata de optar pela luz ou pelas trevas…

E Jesus ainda adverte que mesmo que adiemos esta opção, ela acaba por ser desvendada:

“Não há nada oculto que não se torne manifesto, nem secreto que não seja conhecido à luz do dia.” (São Lucas 8,17)

Por isso, se optar pela luz, terei de permanecer nesta luz.

No entanto, se for apagando as minhas lâmpadas, pouco a pouco irei sendo arrastada para as trevas…

É algo inevitável quando ouço do próprio Jesus estas palavras de aviso:

“Portanto, tende cuidado com a maneira como ouvis. Pois àquele que tem, dar-se-á; mas àquele que não tem, até o que julga ter lhe será tirado”. (São Lucas 8,18)

Sim, porque as lâmpadas que eu tenho apagado, pouco a pouco irão ser esquecidas…

Permita-me fazer uma comparação entre as lâmpadas dos meus talentos e as lâmpadas que compramos num supermercado…

Há um prazo de validade nas lâmpadas que compramos no supermercado… 

E parece-me que Jesus também me avisa que também existe esse prazo de validade nas minhas lâmpadas interiores…

Se mantiver as minhas lâmpadas apagadas, aos poucos, elas irão se deteriorar ao longo do tempo…

E quando quiser colocar as lâmpadas dos meus talentos no candelabro, poderá ser tarde demais…