Rosária Grácio partilha neste blogue as suas reflexões, enquanto faz a sua caminhada cristã católica, saboreando a Palavra de Deus e fazendo-a luz para os seus passos.
sábado, 24 de dezembro de 2016
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
domingo, 11 de dezembro de 2016
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
domingo, 4 de dezembro de 2016
sábado, 3 de dezembro de 2016
Viver a Coroa do Advento em minha vida...
A partir do primeiro domingo do Advento, a liturgia veste-se
de roxo. Por que roxo?
Felizmente a nossa amada Igreja Católica tem uma linda
pedagogia em todas as suas celebrações e até mesmo as cores utilizadas ensinam-nos
em silêncio acerca dos mistérios da fé durante a nossa caminhada na vida cristã
ao longo do ano litúrgico.
O ano litúrgico começa no primeiro domingo do Advento e a Instrução
Geral do Missal Romano permite que todas as celebrações litúrgicas possam ser realizadas
numa mesma sintonia de som uníssono, unindo-nos como irmãos, estejamos onde estivermos,
independente da língua ou do país.
O Advento prepara o coração de todos os católicos para a
vinda de Jesus no Natal.
E este deve ser o meu objetivo enquanto preparo o meu
coração e a minha casa para receber a luz de Jesus na minha vida.
A coroa do Advento é um dos símbolos que podemos colocar
naquele cantinho da casa que preparamos para colocar visivelmente esta espera
pelo Natal de Jesus em nossas casas.
A Coroa do Advento
consiste numa coroa feita com ramos verdes e flores, na qual se colocam quatro
velas.
Estas quatro velas significam as quatro semanas do advento que são as
quatro semanas que antecedem o Natal.
Geralmente é redonda, usando um aro de arame ou madeira,
revestido de ramos vegetais ou de musgo. Esta verdura deve ser uma que se
conserve ao longo do tempo, como os fetos.
Quando colocamos os ramos verdes na coroa do Advento,
queremos afirmar que Cristo tem poder sobre a vida e a natureza.
Costumava-se colocar
ramos de abeto ou de pinus, de ciprestes, porque estes ramos não perdem as
folhas no inverno. Isto significa que a fé em Deus nos oferece perseverança,
esperança e certeza de vitória sobre a morte e a escuridão.
A imortalidade em
Deus é o nosso prémio, e nada neste mundo terreno é eterno e dura para sempre.
Como tenho gatos, usei folhas de plástico. Penso que temos
de nos ater ao que a Coroa do Advento representa e adaptá-la conforme as nossas
possibilidades.
Não é preciso gastar dinheiro. Basta olharmos à nossa volta que
com imaginação podemos construir uma bela coroa do Advento obedecendo ao seu
essencial. E é este essencial que quero falar aqui.
Neste Advento, o que desejo é dar força ao simbolismo do
Natal no meu coração e na minha casa.
Nesta altura, não se colocam flores na coroa do Advento,
pois a cor verde deve imperar perante a escuridão da noite.
Este pormenor carrega em si uma forte simbologia. Aliás,
esta coroa está repleta de fortes símbolos que vão para além das cores.
A forma circular da coroa do Advento indica-nos que aceitamos
esta aliança entre Deus e a nossa história, pois Cristo é o Senhor do nosso
tempo, unindo o passado, o presente e o futuro rumo à Salvação como aconteceu
com o povo judeu descrito na Bíblia.
O círculo indica-nos que não há princípio e nem fim pois
deve haver em nós este buscar da perfeição e da plenitude na nossa vida de
cristãos.
Deus é eterno, sem princípio e sem fim porque Nele há um
infinito amor.
Quando nos sentimos amados por Deus, temos um desejo de
faze-lo ser conhecido, amando-O quando amamos o próximo com este igual infinito amor.
Nos tempos antigos, oferecia-se uma coroa de ramos de
oliveira ou de louros aos atletas que vencessem os jogos olímpicos. Então, esta
coroa que coloco na minha casa é também este sinal de vitória, de alegria, de
honra e de grandeza.
Quando permitimos Deus na nossa vida, participamos da
chamada “coroa dos eleitos” assim como lemos no livro do Apocalipse, 14,14.
Se deixamos Deus nos ajudar a escrever a nossa história,
temos esta certeza da vitória e da vida plena, aconteça o que acontecer, nesta
breve passagem pela terra.
No primeiro domingo do Advento começamos a colocar ao longo
do círculo, a primeira das quatro velas, que irão culminar com a chegada da
grande e eterna luz do Natal com o nascimento de Cristo.
Se o Advento me prepara para uma nova vida, devo usar velas
novas.
Aqui, chamo a atenção que a colocação das velas junto à
coroa do Advento deve ser feita com toda a segurança, para que quando forem
acesas não provoquem incêndios.
Eu escolhi aquelas pequeninas velas envoltas em alumínio,
mas geralmente escolhem-se velas novas, grandes que aguentem estar acesas
durante o tempo do Advento.
É importante que a vela transmita esta pequenina luz que irá
se juntar às outras luzes que irão ser acesas ao longo das quatro semanas do
Advento.
O número quatro simboliza os quatro evangelistas, ou os
quatro mil anos que o Povo Judeu esperou o Messias.
Serão assim as quatro
semanas do Tempo do Advento que nos lembra as quatro fases da História da
Salvação que preparou o povo judeu para a vinda do Salvador.
Estas quatro velas
são os quatro pontos cardeais do cristão que se plenifica na Cruz de Cristo, ressuscitado
em eterno Sol da salvação, que ilumina o mundo inteiro envolto em trevas.
Ao acender gradativamente as velas, quero aproximar-me do
Nascimento de Jesus, partilhando com os que estão à minha volta esta progressiva
vitória da luz sobre as trevas.
As palavras de Deus são firmes alicerces para a nossa vida.
Por isso, a base de cada uma das velas que irei acender será um círculo de cerâmica
com uma frase bíblica pintada por mim.
Nesta primeira semana, a frase bíblica que serviu de base da
minha primeira luz do Advento é: “Confia no Senhor, sê forte e corajoso e
confia no Senhor.” (Salmo 27,14)
Este versículo do lindo Salmo 27, convida-me a meditar que
perante toda e qualquer escuridão, Deus deve ser a luz que vai à frente, a
iluminar os nossos passos.
Que esta coroa do Advento me prepare para receber plenamente
a luz de Cristo no Natal.
(As informações histórias, litúrgicas e simbólicas do
Advento foram pesquisadas nos sites que abaixo indico. Convido a todos a aprofundar o tema do Advento, visitando estes sites oficiais e credíveis pois quanto mais aprofundamos de forma fiel o nosso conhecimento acerca da Igreja Católica, mais a amamos.)
domingo, 27 de novembro de 2016
Revistamo-nos das armas da luz...
“Sabeis em que tempo vivemos: já é hora de acordardes do sono, pois a
salvação está agora mais perto de nós do que quando começámos a acreditar. A
noite adiantou-se e o dia está próximo. Despojemo-nos, por isso, das obras das
trevas e revistamo-nos das armas da luz. “ (Carta de São Paulo aos Romanos 13,11-12)
Para os cristãos católicos, hoje é o primeiro domingo do
advento. Advento vem do latim “adventus,”
que significa chegada, vinda.
Serão quatro semanas de advento em que ansiamos pelo Natal, em que a luz de Cristo iluminará todos os corações.
Por vezes, lembramos do Natal como mais uma festa… Para nós
cristãos católicos, a essência do Natal é muito mais profunda.
Hoje faz um mês que meu irmão faleceu. A perda de um ente
querido na proximidade de uma festa tão linda como o Natal fez-me perder, por
alguns instantes, a esperança e a vontade de festejar o Natal.
Porém, quando ouvi a leitura da Carta aos Romanos feita na
missa de hoje, percebi que ela vem ao encontro desta dor pela qual passo …
Então São Paulo oferece-me uma esperança: “A noite
adiantou-se e o dia está próximo.”
Apesar da noite que me cobre com suas dores do dia a dia,
doenças, perdas, luto…, o dia está próximo. Pois, como ainda diz São Paulo, bem sabemos “em
que tempo vivemos”. Por isso ele me adverte: “já é hora de acordardes do sono.”
Já é hora de acordar, mas este acordar é por causa do Natal em
que acredito. Para mim, como católica, o
Natal não pode e não deve ser apenas uma festa com prendas e comezainas.
O Natal em que acredito é o Natal de Jesus. Este é a esperança
viva na ressurreição que venceu a morte. Jesus é a invencível luz que venceu as
trevas.
Então como poderei fazer do Natal, esta luz que iluminará as
trevas do meu coração enlutado?
Esta é uma oportunidade que Deus me oferece para purificar a
forma como eu tenho festejado o Natal nos anos anteriores….
Já é tempo de viver e celebrar o Natal, simplesmente e
apenas o Natal na sua essência mais pura: Jesus.
Ainda mais neste tempo de dor, o meu coração enlutado necessita da luz de
Cristo. Ah, como deve o meu coração ansiar pelo Natal para que as trevas do luto
e da dor sejam transformadas pela luz de Cristo.
É esta esperança que me deve mover nos quatro domingos do
advento que me separam da celebração do Natal.
Serão quatro semanas em que irei me revestir com as armas da
luz como referiu São Paulo: ”… revistamo-nos
das armas da luz.”
Este revestir vem no
seguimento de algumas ações concretas que tenho primeiramente de fazer e que
também são ditas por São Paulo no mesmo texto.
A primeira ação concreta é “já é hora de acordardes do sono,
pois a salvação está agora mais perto de nós do que quando começámos a
acreditar”.
Devo acordar do sono em que o Natal foi imerso pelo comércio
e pelos media, tornando-se em mais uma festa desprovida da memória do
que o é ou que deveria ser para os cristãos.
Afinal, se o Natal é a comemoração do nascimento de Jesus,
qual festa de aniversário seria a melhor indicada para oferecer a este
inesquecível e divino aniversariante?
A segunda ordem de São Paulo é: “Despojemo-nos, por isso,
das obras das trevas.”
O que são as obras das trevas?
Aqui tenho de me focar exatamente naquelas obras das trevas que
envolvem os meus pensamentos e ações no dia a dia.
Pois é urgente que me revista das armas da luz.
Parece fácil, mas afinal que tipo de armas de luz são estas?
Acredito que o meditar da Palavra de Deus nestes quatro
domingos que me separam da celebração do Natal irá me ajudar a revestir-me das
armas da luz necessárias para celebrar o Natal como memória do nascimento de
Jesus.
A luz é Cristo e esta luz está próxima.
Deixemos para trás o que não é luz. Despojemo-nos do que efetivamente
não é importante.
Antes de fazer presépios, montar a árvore de Natal, ou
colocar qualquer outro sinal do Natal, resolvi primeiro esvaziar aquele pequeno
espaço que escolhi na minha casa para colocar a coroa do advento e o presépio.
Resolvi retirar todas as coisas que estavam ali.
Fiz isto como um gesto simbólico de que devo despojar-me de
tudo que me afasta do Natal de Jesus para que assim possa celebrar a sua festa
como Ele realmente deseja.
domingo, 9 de outubro de 2016
A cura da lepra espiritual...
“Ao entrar numa aldeia, dez homens
leprosos vieram ao seu encontro; mantendo-se à distância, gritaram, dizendo: Jesus,
Mestre, tem misericórdia de nós! Ao
vê-los, disse-lhes: ide e mostrai-vos aos sacerdotes. Ora, enquanto iam a
caminho, ficaram purificados. Um deles, vendo-se curado, voltou, glorificando a
Deus em voz alta; caiu aos pés de Jesus com a face em terra e agradeceu-lhe.
Era um samaritano.” (Lucas 17, 12-16)
O relato dos dez leprosos que
foram curados por Jesus foi a leitura da missa deste domingo.
Já ouvi esta leitura várias vezes
e sempre parava no pormenor do único leproso que voltava para agradecer a Jesus.
Mas desta vez, fui saboreando cada uma das palavras e então notei outro
pormenor que até agora ainda não tinha notado.
Efetivamente, as leituras bíblicas nunca se
esgotam numa única leitura. Todas as vezes que as relemos, encontramos tesouros
inesgotáveis da palavra de Deus.
Aos dez leprosos que pediram a
cura a Jesus, este apenas lhes pediu que fizessem duas coisas: ide e
mostrai-vos aos sacerdotes!
Nunca tinha me deparado com este
pormenor. São duas ações que nos lançam num grande desafio: ide e mostrai-vos
aos sacerdotes!
Primeiro, temos de ir… Temos de
sair da nossa zona de conforto para ir… E ir aonde?
Jesus diz: Mostrai-vos ao
sacerdote!
Então Jesus os mandou ao templo
para que se mostrassem aos sacerdotes.
Eles, num ato de fé sem olhar
para trás, foram…
E no caminho, à medida que
caminhavam, ficaram curados…
Este caminho de encontro aos
sacerdotes no templo de Deus é exatamente o percurso de fé que Jesus pede aos
que lhe pedem uma cura…
Um leproso, no tempo de Jesus,
tinha de estar separado, quase que expulso do contexto social pois a lepra não
tinha cura e era contagiosa…
As lepras que nos atormentam hoje
também nos cobrem o espírito com chagas intermináveis.
As chagas da falta do perdão, da
falta de esperança, da falta de alegria, da falta de fé, …
Estas chagas também nos separam
dos outros…
Aliás, um dos grandes sofrimentos
do nosso tempo é este isolamento crescente em que vivemos…
Cada vez mais, o estar com o
outro nos incomoda…
E então viramo-nos para o
trabalho, para as redes sociais e isolamo-nos!
São tantas as chagas que nos
cobrem espiritualmente que lentamente ficamos como aqueles leprosos, a suplicar
que do alto do céu, nos seja concedido um milagre.
E Jesus apenas nos pede para ir e
nos mostrar aos sacerdotes….
No tempo de Jesus, quando havia
uma cura, era preciso que a pessoa curada se mostrasse ao sacerdote para que
diante do povo, ela fosse considerada uma pessoa sã.
No caso dos leprosos, só depois
deste mostrar-se ao sacerdote, é que ele poderia voltar à convivência social
com os demais.
Jesus pede para que mostremos as
nossas chagas do pecado ao sacerdote…
E quando é que eu mostro as
minhas chagas ao sacerdote? Na confissão!
É penoso este percurso de sair de
onde estamos, e voltar novamente à Igreja e nos confessarmos…
Penso que ao confessar os meus
pecados, estou realmente me livrando da minha lepra espiritual pois a mostro ao
sacerdote no sacramento da confissão.
E depois, temos aquele leproso,
que se sentindo curado, voltou para trás para agradecer a Jesus.
Esta parte da leitura bíblica
talvez é a que mais nos fica na cabeça.
Sim, dos dez, apenas um, e
samaritano, voltou para agradecer a Jesus.
Este agradecer a Deus é realmente
um aspeto que se descura atualmente na nossa sociedade.
Nota-se frequentemente que quando
algo vai mal, vem uma doença ou acontece um cataclisma, logo emergem gritos e
raivas diante de Deus. Por que fazes isso comigo, meu Deus?- dizemos.
No entanto, quando vem a bonança…
E as coisas boas se encaminham, quando é que os meus lábios louvam a Deus?
E então eis que o evangelho de
hoje me ensinou a praticar três ações importantíssimas na minha caminhada cristã:
·
Ir ao encontro de Deus, retornando ao seu templo.
·
Mostrar as minhas chagas e confessa-las a um
sacerdote.
·
Agradecer no decurso deste caminho, cada
pormenor de bênção que Deus me concede.
sábado, 8 de outubro de 2016
Batizar é revestir de Cristo mediante a fé
“É que todos vós sois filhos de
Deus em Cristo Jesus, mediante a fé; pois todos os que fostes baptizados em
Cristo, revestistes-vos de Cristo mediante a fé. Não há judeu nem grego; não há
escravo nem livre; não há homem e mulher, porque todos sois um só em Cristo
Jesus.”
(Gálatas 3, 26-28)
Estas palavras bíblicas de São Paulo são muito fortes e
falaram-me ao coração.
Neste tempo em que as pessoas pouco ligam ao batismo,
colocando esta questão para mais tarde, porque associam este sacramento a mais
um rito, a mais um papel ou a uma tradição já obsoleta.
Batizar ou não batizar é mais uma
opção como tantas outras que temos no nosso mundo moderno.
E cada vez mais, as crianças
ficam sem batizar porque afinal, dizem-nos que elas têm o direito de optar por
isso mais tarde, se quiserem…
Realmente, podemos optar por
Cristo, agora ou então mais tarde.
Cristo não nos obriga a que
tenhamos de fazer isso ou aquilo.
O que mais gosto no cristianismo
é esta liberdade que nos é concedida.
O nosso Deus é Pai. E a um pai,
podemos escolher obedecer ou desobedecer… A um pai podemos escolher defender a
sua herança ou podemos dissipa-la.
O amor de um pai vai para além da
gratidão dos seus filhos.
Mesmo que escolhamos queimar toda
a herança de um pai, ou fugir dele, no nosso sangue permanece a nossa ligação a
ele.
Não usar da herança, não estar
com o nosso pai, não seguir os seus passos… Tudo isso podemos fazer, mas mesmo
assim permanece a filiação.
Com Deus, nosso Pai, é exatamente
da mesma maneira. Somos seus filhos, quer creiamos ou não, quer aceitemos ou
não. O Deus que é Pai de todos, maus ou bons, ricos ou pobres, doentes ou sãos,
felizes ou infelizes…
Quando Jesus nos ensinou a chamar
a Deus de Pai, começou no cristianismo esta universalidade paterna de Deus.
E então o cristianismo tornou-se esta forma
livre de optar.
No entanto, uma opção traz consequências.
Optar por vacinar ou não vacinar.
Optar por estudar ou não estudar. Optar por ir ao médico ou deixar-se ficar com
a doença.
As opções são assim, ou vamos por
um caminho ou vamos por outro.
Na religião, há também esta opção
por crer ou não crer, por seguir ou não os preceitos da religião que escolhi.
E a religião é mais uma das
opções do nosso mundo moderno.
No entanto, como todas as opções,
escolher ter uma religião ou não ter uma religião tem consequências.
Então quando leio que quando
somos batizados em Cristo, somos revestidos de Cristo, esta opção por batizar
ou não batizar torna-se ainda mais complexa.
Se ao batizar-me em Cristo, sou
revestida de Cristo, então como agradeço a feliz graça que meus pais me
concederam quando em 13 de março de 1966, fui batizada.
Obrigada meus queridos pais por
me terem revestido de Cristo no meu batismo e assim pude desde muito novinha
entrar neste encontro com Cristo que já é uma caminhada de mais de cinquenta anos.
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
terça-feira, 20 de setembro de 2016
“Naquele tempo, disse Jesus à
multidão: Ninguém acende uma lâmpada para a cobrir com uma vasilha ou a colocar
debaixo da cama, mas coloca-a num candelabro, para que os que entram vejam a
luz. Não há nada oculto que não se torne manifesto, nem secreto que não seja
conhecido à luz do dia. Portanto, tende cuidado com a maneira como ouvis. Pois
àquele que tem, dar-se-á; mas àquele que não tem, até o que julga ter lhe será
tirado”.(Evangelho segundo São Lucas 8,16-18).
Ao ler estas palavras bíblicas, Jesus
convida-me a olhar para os meus talentos e para as minhas habilidades e dons,
aos quais Ele denomina serem como lâmpadas…
Para que servem as lâmpadas?
Sem luz, as lâmpadas não servem
para nada…
Por isso, mesmo que tenha os mais
altos talentos do mundo, as melhores faculdades e as mais perfeitas habilidades,
tudo isto é inútil senão estiverem acesas…
E como posso acender isto tudo
que tenho dentro de mim???
Como acender estas lâmpadas perante
tantos obstáculos humanos e físicos e até mesmo espirituais que me rodeiam?
Por vezes, acender as minhas lâmpadas
não é assim tão simples…
No dia a dia, o mundo convida-me
a optar por apagar algumas das minhas lâmpadas por causa daquelas que são mais
rentáveis aos olhos do mundo…
Os interesses sociais que me
cercam, as necessidades urgentes que me amarram e as cadeias do medo podem-me
cercar de tal modo que acabo por esconder as minhas lâmpadas nos lugares mais
escuros do meu ser, para que sobreviva neste mundo indiferente ao meu valor
humano único e insubstituível.
Porém, Jesus convida-me a colocar
a minha lâmpada no candelabro…
É um ato de coragem, acender a
minha lâmpada dos dons de Deus no mais alto candelabro que possa conseguir…
O candelabro está no mais alto teto
da casa das minhas reais possibilidades e oportunidades…
Quem entrar na minha casa irá ver logo o candelabro
e a lâmpada…
Este candelabro poderá ser as
minhas ações pois estas são visíveis ao mundo exterior.
Nos meus gestos do dia a dia posso optar por transbordar
a luz das minhas lâmpadas ou não…
Os gestos são feitos de opções…
Optar pelo bem ou pelo mal… Optar
pelo honesto ou desonesto… Optar pelo certo ou pelo errado…
Não existe relativismo quando
falamos de luz e trevas…
Ou escolho acender a minha lâmpada
ou decido apaga-la…
Não posso escolher um meio termo
quando se trata de optar pela luz ou pelas trevas…
E Jesus ainda adverte que mesmo
que adiemos esta opção, ela acaba por ser desvendada:
“Não há nada oculto que não se
torne manifesto, nem secreto que não seja conhecido à luz do dia.” (São
Lucas 8,17)
Por isso, se optar pela luz, terei
de permanecer nesta luz.
No entanto, se for apagando as
minhas lâmpadas, pouco a pouco irei sendo arrastada para as trevas…
É algo inevitável quando ouço do
próprio Jesus estas palavras de aviso:
“Portanto, tende cuidado com a
maneira como ouvis. Pois àquele que tem, dar-se-á; mas àquele que não tem, até
o que julga ter lhe será tirado”. (São Lucas 8,18)
Sim, porque as lâmpadas que eu
tenho apagado, pouco a pouco irão ser esquecidas…
Permita-me fazer uma comparação
entre as lâmpadas dos meus talentos e as lâmpadas que compramos num
supermercado…
Há um prazo de validade nas lâmpadas
que compramos no supermercado…
E parece-me que Jesus também me avisa que também
existe esse prazo de validade nas minhas lâmpadas interiores…
Se mantiver as minhas lâmpadas apagadas,
aos poucos, elas irão se deteriorar ao longo do tempo…
E quando quiser colocar as lâmpadas
dos meus talentos no candelabro, poderá ser tarde demais…
segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
Os Óculos de ver o Natal
Era Natal, e Pedro estava muito feliz…
-Porque o Natal tem de ser um só dia? O Natal poderia ser
todos os dias… - Disse Pedro à sua avó Maria.
A avó, encolhendo os ombros, disse-lhe:
- Menino, a vida não são só festas!!!!
– Mas o Natal é uma festa tão alegre, tão cheia de luz… E as
pessoas divertem-se tanto!
Deveria haver mais Natais durante o ano… - disse Pedro
fazendo uma pequena birra.
A avó Maria deu uma risada e disse-lhe:
- O menino Jesus só
faz anos uma vez por ano como tu.... Seria bonito, tu também estares a fazer
aniversário várias vezes ao ano… era só o que faltava....
– Mas, avó Maria, o Natal é muito mais importante que o meu
aniversário. Jesus nasceu e por isso é que não entendo porque Ele não faz anos
mais vezes durante o ano...
– Pedro, penso que deverás perguntar isso a Jesus, Não te
sei responder... Vá para a cama, já são horas
e amanhã temos de desfazer o presépio e temos muito que fazer .... –
disse a avó Maria olhando o relógio de pêndulo que tocava as dez horas da
noite.
Pedro foi para a cama, porém muito inconformado. Escovou os
dentes, vestiu o pijama e olhou pela última vez o presépio tão iluminado que
brilhava à entrada da sala. Seus pais chegavam agora, cansados do trabalho.
Foram logo dar um beijo de boa noite ao pequeno Pedro. A vida dos pais do Pedro
era dura. Trabalhavam praticamente o dia todo por vários empregos temporários.
Ainda bem que tinham a ajuda da avó D. Maria, uma senhora muito ativa mesmo com
os seus sessenta anos. E lá estava ela na cozinha a colocar à mesa o jantar
para o seu filho e nora pois era preciso dormirem de seguida pois acordavam
sempre antes das seis horas da manhã para o trabalho.
Porém Pedro ainda não conseguia dormir e por isso resolveu
rezar baixinho, sem que ninguém ouvisse. Pediu a Jesus que por favor lhe
explicasse porque o seu Natal só acontecia uma vez por ano e foi logo exigindo
uma resposta.
- Jesus, sei que és bom para mim e por isso peço-te como
amigo que me digas qualquer coisa a respeito pois não percebo o porque do Natal
só acontecer uma vez por ano... – e Pedro foi repetindo a sua pequenina oração
até adormecer profundamente.
A dada altura, Pedro acordou com o som de um sino a tocar...
assim como tocam os sinos na noite da Missa do Galo .... abriu os olhos,
assustado e o quarto estava todo iluminado.
– Que é isso???? Quem acendeu a luz????- Perguntou-se
Pedro…
Levantando-se depressa, Pedro viu ao pé sua da cama um anjo
muito lindo, radiante de luz.... Pedro ficou com medo no início, mas o anjo
estava ali a baloiçar o sino ....
– Não faças barulho! – disse Pedro levantando-se da cama. -
Os meus pais já devem estar a dormir e a avó tem um sono muito leve...
O anjo parou de tocar o sino e disse:
- Não tenhas medo. Eu sou o anjo do Natal que percorre a
humanidade inteira durante todo o ano a anunciar: hossana nas alturas, Jesus
nasceu!!!!! Hoje vim visitar-te porque Jesus encarregou-me de dar-te uma
resposta ao que lhe pediste esta noite...
Pedro – Tão rápido!!!! Ainda bem, porque preciso mesmo de
uma resposta.... – disse Pedro com um grande sorriso.
Anjo - Então perguntaste a Jesus porque só acontece o Natal
uma vez por ano?????
Pedro – Sim, é triste, o Natal só acontecer uma vez por
ano.... Jesus quer as pessoas felizes e faz-nos isso???? – disse Pedro com ar
autoritário.
Anjo - Menino Pedro, tenho um segredo muito importante para
lhe contar: o Natal acontece todos os dias, porém as pessoas é que não o
veem... – disse o anjo apontando para Pedro.
Pedro - Isso não é verdade.... Depois do Natal, onde está os
pinheiros de luz com bolas coloridas, as ceias de Natal com toda a família a
rir, os presentes perto da lareira, os presépios lindos, as velas, as coroas de
natal penduradas nas portas, os cartões de Natal, as estrelas e os Reis
magos?????... Nada!!!.... Só vemos isso tudo durante o Natal, e depois o ano
passa sem nada disso...
Anjo - Menino Pedro, podes não ver, mas o Natal acontece um
pouco todos os dias. Ainda digo mais; as pessoas é que não o conseguem ver...
Sabes porque????
Pedro - Porque????- perguntou curioso.
Anjo - Porque os olhos da cara não veem tão bem como os
olhos do coração.... Por isso Jesus mandou-me trazer-te uns óculos especiais:
os óculos de ver o Natal.
Pedro - Óculos de ver o Natal???? Nunca ouvi falar deste tipo de óculos...
Anjo - Nunca ouviste falar deste tipo de óculos porque eles
só existem no céu. Por isso é que vim!!! Jesus pediu-me para que hoje usasses
estes óculos especiais para poderes ver o que não consegues ver...
Nesse momento, o anjo retirou de dentro de uma das mãos uns
pequenos óculos prateados cuja luz brilhava mal se tocava.
Pedro - De que são feitos estes óculos???? São tão lindos
... – perguntou Pedro com um sorriso.
Anjo - São feitos da sabedoria de Deus... é uma tecnologia
que ainda a humanidade não descobriu.... mas agora.... preciso que me
ajudes... Bem, se o mundo é tão grande,
não posso levar-te a todo lado para veres o Natal escondido. Deves escolher um
lugar onde mais achas que o Natal não existe!!!
Pedro - Hum.... Preciso pensar!!! ...
Anjo - Diga-me menino Pedro, onde querias que o Natal
acontecesse todos os dias??? Temos pouco tempo e deves aproveitar ao máximo
esta oportunidade.
Pedro - Sim... deixa-me pensar bem!!!! Ah, já sei!!! Podemos
ir a um hospital… O Natal devia acontecer nos hospitais.... Existe lá tanta
doença...dor .... E a doença não escolhe idade…. Porque Jesus não deixa que a
alegria do Natal lá aconteça e cura a todos?
O anjo fez um gesto em direção a uma das paredes do quarto
de Pedro e num instante, a imagem de um hospital apareceu ...
- Uau… - disse Pedro -
parecia uma tela de televisão, porém, do tamanho da parede.... e com a
imagem mais nítida que já tinha visto alguma vez ...
Anjo - Vamos então visitar este hospital, onde há tanta dor
e sofrimento. Mas, primeiro, menino Pedro, coloca os óculos de ver o Natal para
que possamos fazer esta visita com os olhos do coração em Deus...
Num instante, Pedro e o anjo começaram a andar pelos
corredores do hospital.... E com os óculos Pedro começou a ver coisas
estranhas.... Algumas enfermeiras pareciam estrelas reluzentes, e ainda mais
brilhavam quanto mais carinho tinham no cuidado dos doentes.
Nos que estavam mais
doentes e cheios de dor, porém corajosos, viam-se bolas reluzentes de várias
cores a sair das suas camas em direção ao céu...
Quando apareciam pessoas voluntárias para falar com os
doentes, ajudando-os a sentirem-se melhor, rezando por eles, estes envolviam-se
de luz enquanto que os voluntários reluziam como pinheiros de Natal verdejantes
com incontáveis luzes. Os passos desses pinheiros de luz deixavam um rastro
parecido com o deixado pelas estrelas cadentes.
Os médicos quando estavam a visitar os seus doentes, usando
todo o seu conhecimento para ajuda-los, tinham em suas mãos, velas acesas, e de
suas batas ouviam-se sinos....
Alguns doentes pareciam estar numa manjedoura como Jesus,
especialmente aqueles que estavam em coma.
Os que vinham à hora das visitas pareciam reis magos ou
pastores cujas mãos traziam ofertas de amor, ouro, incenso e mirra que deixavam
junto dos leitos dos seus meninos doentes que tanto amavam. Eram pais, avós,
familiares que de noite e de dia visitavam os seus queridos doentes sempre com
grande esperança.
Porém, Pedro entristeceu-se porque infelizmente nem tudo era
luz...
Alguns doentes estavam imersos em trevas, numa noite fria e
solitária à espera de uma visita de consolo que nunca mais chegava.
Algumas enfermeiras olhavam para o relógio mais do que para
os doentes e pareciam jarros vazios de barro a andar pelos quartos.
Porém, o milagre do natal acontecia se uma estrela, árvore
de natal ou vela acesa entrava nos quartos, iluminando os meninos que ali
estavam, fazendo-os sorrir, enchendo-os de incontáveis prendas com reluzentes
fitas de Natal.
E por fim, aonde reinava a luz, havia presépios vivos em que
Maria, José e o Menino Jesus iluminavam com sua luz todo o lugar. A estrela de
Natal pairava em cada coração de amor que entrava naquele hospital. Os anjos
cantavam hossana nas alturas, cada vez que a luz do Natal cintilava pelo bem
partilhado entre as pessoas....
Anjo - Então, Pedro, que achas do Natal que há no
hospital????
Pedro - Não percebo uma coisa. Porque Jesus permite que nem
todos sejam luz de Natal... Existem tantos doentes, sem qualquer luz ou
companhia...
Anjo - Menino Pedro, quando os anjos cantaram há mais de
dois mil anos que haveria paz e alegria nos homens e nas mulheres de boa
vontade, Jesus quis ensinar-nos já desde o seu nascimento que o bem e o mal que
há no mundo passa pela ação humana e pela sua vontade em fazer o bem ou o mal.
A Boa Vontade que reina nos homens ilumina a criação de Deus e a prepara para
criar a felicidade sonhada por Deus para os homens.
Pedro - Anjo de Natal, tudo isso é lindo, mas porque os
meninos e as meninas que mal nasceram, sofrem com a dor de uma doença tão grave
como o cancro???? Deus poderia fazer com que eles ficassem todos curados!
Anjo - Menino Pedro, a dor e o sofrimento do mundo faz parte
da vossa humanidade. Tu já ficaste doente com gripe ou te magoastes ao
correr????
Pedro - Sim, já e quantas vezes...
Anjo - Isso acontece porque vives neste mundo. Quisera Deus
que os homens tivessem a boa vontade de juntarem os seus esforços intelectuais
na cura das doenças. Infelizmente, existe mais vontade humana em criar uma nova
arma de guerra do que para uma cura para uma doença. E quando aparecem
descobertas para a cura de uma doença, nem todos podem paga-las para terem
acesso às mesmas.
Pedro - Sim, meus pais também não têm muito dinheiro. Às
vezes, meu pai não consegue pagar os medicamentos porque ganha o salário
mínimo…
Anjo - Vês Pedro, neste caso e em tantos outros, vê-se o
quanto a boa vontade dos homens completa a criação de Deus. Devemos ser
pinheiros de Natal, estrelas e sinos de alegria neste mundo de injustiças…
Pedro - Explica-me melhor como podemos então ser pinheiros
de Natal, estrelas ou sinos de alegria???
Anjo - Somos pinheiros de Natal quando somos uma voz de
esperança para os outros. O pinheiro não perde as folhas no inverno e por isso
ele é considerado o símbolo da vida. Cada vez que uma pessoa não desanima,
mesmo perante grandes dificuldades, torna-se um pinheiro de Natal verdejante e
cheio de luz para os outros. Se estivermos inundados de pensamentos e gestos de
bem daremos muitos frutos de luz que se espalharão por onde quer que andemos.
Pedro - Mesmo aqueles meninos e meninas doentes que estavam
internados no hospital poderão ser estrelas de Natal?
Anjo - Mesmo que estejamos muito doentes, como aqueles
meninos e meninas internados no hospital, também podemos brilhar e este nosso
brilho será tanto maior quanto for a coragem que tivermos para fazer o bem
mesmo na doença. Tenho certeza que um beijinho no rosto dado pela mãe ou pelo
pai ao seu filhinho doente fará brilhar o seu pequeno coração em amor e
esperança com uma luz mais forte que o próprio sol.
Pedro - Sim, gosto tanto dos beijinhos de boa noite dos meus
pais… - disse Pedro.
Anjo - São pequenos gestos que fazem muito mais que
imaginemos. Quando fazemos algo bom pelos outros, nas nossas mãos acendem-se
velas com uma luz que ninguém apaga. Estamos a derretermo-nos de bem para com
os outros. Quando nos damos aos outros, somos velas eternas que se gastam pelos
outros e quantas pessoas há assim no mundo! Muitos irão ser iluminados quando
forem tocados por elas. Os sinos tocam de alegria porque Jesus nasce sempre
nos corações que foram acariciados pelo bem partilhado. Aonde estiver esta luz,
os presépios fazem-se presentes...
Pedro- E Deus está assim no nosso coração… Sempre temos a
oportunidade de fazer o bem, pelo que percebi, mesmo que sejamos ainda
pequeninos.
Anjo - Menino Pedro, uma cama de hospital, uma doença ou uma
incapacidade física não nos impede de ser a maior luz do Natal de todos os
tempos.... Os doentes podem oferecer a sua dor pelos seus familiares, que rezam
constantemente em seus leitos. A oração pode ser ouvida por Deus em qualquer lugar
onde estejamos...
Pedro - É verdade, assim como Jesus, hoje, ouviu a minha
oração no meu quarto... Estava sozinho, mas Deus estava comigo...
Anjo - Posso dizer-te, menino Pedro que mesmo que um dia a
dor seja tão grande que não consigamos rezar, o melhor que fazemos é
deixarmo-nos ficar na manjedoura como Jesus. As mãos de Deus aqueceram o menino
Jesus naquela noite em Belém. Não importa o quanto é fria a noite da nossa dor,
solidão ou abandono, quando temos fé em Deus.
Subitamente, Pedro olhou para o céu e viu muitos anjos a
anunciar que Cristo nasceu, nasce hoje e sempre nascerá nos corações de boa
vontade...
E então o anjo do Natal trouxe o menino Pedro para o seu
quarto. A luz era tão forte que Pedro teve de tirar os óculos de ver o Natal. A
luz do anjo era tão brilhante, muito mais do que antes... Pedro estava cheio de
uma alegria que não conseguia explicar...
Pedro - Agora
percebo... Com o que vi com estes óculos
especiais percebo que o Natal está presente em cada palavra e gesto de bem que
fazemos aos outros. Se tivermos um coração com a boa vontade deixo o Menino
Jesus nascer no meu coração e o Natal realiza-se!! Agora não preciso mais
destes óculos, pois já percebi tudo...obrigada…
E Pedro devolveu os óculos ao Anjo do natal...
Anjo - Menino Pedro fico feliz porque percebeste a magia do
verdadeiro Natal. As luzes que vês nas lojas e na tua árvore de Natal nem se
compara com a imensa luz que há em ti quando fazes o bem.
Depois de falar, o anjo começou a voar pelo quarto de Pedro com
sua luz tocando o sino e cantando: Hossana nas alturas porque o Pedro escolheu
ter a boa vontade em seu coração!!!
Pedro - Psiu!!!! Assim acordas os meus pais e avó....
Psiu... – pediu Pedro.
E num segundo o anjo riu-se e desapareceu.... Pedro agora
escutava os sinos a tocar lá longe. Correu para a janela e viu então um rastro
de luz no céu escuro e frio da noite. Era o Anjo do Natal a continuar a sua
viagem pelo mundo.
Pedro abriu a porta e viu que sua avó e seus pais ainda
dormiam silenciosamente. Viu que os corações dos seus pais e avó eram estrelas
e pinheiros de Natal mais brilhantes que aquele que estava na sala de jantar...
Eles também se desgastavam com o seu trabalho no dia-a-dia para dar ao Pedro
tudo o que precisava. Quanto bem eles fazem para que o seu lar vença as
dificuldades. Pedro tinha percebido que o Natal continuará por todo o ano se
houver no seu coração a boa vontade em fazer o bem.
Esta história de Natal ofereço em memória do meu irmão Carlos que faleceu devido a um cancro em novembro de 2016. A forma como suportou a doença ensinou-me que a luz do Natal se realiza todos os dias do ano.(Autora - Rosária Grácio)
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